21 novembro, 2007
18 novembro, 2007
JOSÉ Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
14 novembro, 2007
Um pouco de poesia pra rotina
Em uma das minhas loooooooonga e agradáveis prosas virtuais com a minha queridíssima amiga Marília ela me solta uma que par mim resume direitinho o que é um namoro à distância, já que padecemos do mesmo mau.
Sexta-Feira é o melhor dia a ansiedade, dia de fazer as malas e zarpara para o Vale do Aço onde estão nossos respectivos cônjuges.
Sábado é o dia da “Farrinha”, dia de se ver e namorar, ficar de bobeira esperando a noite chegar pra ter muita cerveja e um bom sexo.
Domingo já começa o martírio, dia de acordar com uma ressaca daquelas e ainda ter que arrumar as malas pra voltar pra casa, com uma tromba do cão e mesmo assim ficar agarradinho esperando a hora de ir embora. Porque é assim que eu me sinto.
Segunda-Feira, dia da saudade, dia de relembrar o quanto foi bom cada minutinho perto de quem você ama e ficar dando suspiros de amor...
Terça-Feira a gente já fica meio chata sentindo saudades, muitas saudades...
Quarta-Feira é certo como dois e dois são quatro que vai rolar uma fadiga, uma briga muito, mas muito das bobas pra desandar mais ainda a chatura da terça e te fazer ficar de tromba.
Quinta-Feira é o dia que a gente faz as pazes e fica de dengo no orkut, nos depoimentos, nos e-mails, nas ligações e nas frases melosas do MSN.
E na sexta começa tudo outra vez, o mesmo processo, até que um dia a gente não precise mais morar em cidades distantes, em casas separadas, em camas de solteiro. Para vivermos juntos, com remelas ao acordar, com bafo de guarda – chuva e um belo sorriso dizendo BOM DIA PRINCESA!
Sexta-Feira é o melhor dia a ansiedade, dia de fazer as malas e zarpara para o Vale do Aço onde estão nossos respectivos cônjuges.
Sábado é o dia da “Farrinha”, dia de se ver e namorar, ficar de bobeira esperando a noite chegar pra ter muita cerveja e um bom sexo.
Domingo já começa o martírio, dia de acordar com uma ressaca daquelas e ainda ter que arrumar as malas pra voltar pra casa, com uma tromba do cão e mesmo assim ficar agarradinho esperando a hora de ir embora. Porque é assim que eu me sinto.
Segunda-Feira, dia da saudade, dia de relembrar o quanto foi bom cada minutinho perto de quem você ama e ficar dando suspiros de amor...
Terça-Feira a gente já fica meio chata sentindo saudades, muitas saudades...
Quarta-Feira é certo como dois e dois são quatro que vai rolar uma fadiga, uma briga muito, mas muito das bobas pra desandar mais ainda a chatura da terça e te fazer ficar de tromba.
Quinta-Feira é o dia que a gente faz as pazes e fica de dengo no orkut, nos depoimentos, nos e-mails, nas ligações e nas frases melosas do MSN.
E na sexta começa tudo outra vez, o mesmo processo, até que um dia a gente não precise mais morar em cidades distantes, em casas separadas, em camas de solteiro. Para vivermos juntos, com remelas ao acordar, com bafo de guarda – chuva e um belo sorriso dizendo BOM DIA PRINCESA!
01 novembro, 2007
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